sábado, 1 de agosto de 2009

ANTONIO MENEGHEL

O Tio Toni nasceu em 20-Dez-1889 em São Paulo-SP.
Filho de Pedro Meneguei (como consta no Titulo de Eleitor ) e Cristina Poleto.

Morava com o nono e a nona. Era palmeirense roxissimo, passava mal quando o seu time perdia.

Fazia uns carrinhos de madeira e umas espingardinhas para os sobrinhos netos ( ou seja, nós )que reproduzirei em desenho oportunamente.

Sofria a doença na bexiga que deu nome ao bairro paulista de Bexiga.

Era católico e beato, morreu solteiro, talvez virgem ( mera especulação ).

Assinava uma revista do Vaticano chamada o Mensageiro de Santo Antonio e uma revista de esportes chamada Gazetta Ilustrada. Quando morreu deixou pilhas dessas revistas em seu quarto. Foi um dos fundadores dos Meninos Futebol Clube.

Tinha na vida um armarinho, um guarda-roupas de duas portas e algumas poucas roupas e uma cama de solteiro daquelas de madeira roliça, um colchão de palha de milho, que alias estávamos soltando palhas de milho para trocar todo o enchimento do colchão dele para quando ele voltasse de uma internação no Hospital São Paulo quando a Tia Elena apareceu pálida no quintal onde estávamos, precisamente o cimentado recente que meu pai havia feito em frente onde hoje ainda mora minha mãe, com a noticia da morte dele. Ele já havia morrido havia alguns dias e o Hospital não sabia como se comunicar com a família, iam mandar uma Radio Patrulha em nosso endereço. Tanto é que ele veio para o velório num caixão lacrado pois já estava fora do prazo de validade. No quintal soltando palha estávamos animadissimos eu meu irmão Paulo, o Luis a Terezinha e a nona. Foi a primeira morte que vivenciei na família e fiquei muito impressionado. Colocaram cortinas pretas na sala, aquelas coisas medonhas dos velórios antigos e tinham um monte de gente um bocado triste.
O tio Tone tinha uma radio a válvulas onde ouvia noticias e resenha esportivas. Rezava o terço antes de dormir. Usava como o nono aquelas ceroulas até o tornozelo, nunca na vida usou um cueca curta. E usava também aquelas camisas sem gola de flanela que eram a marca dos italianos com calças caqui e chapéu de feltro. Foi enterrado na Vila Paula.

Um comentário:

  1. Na certidão de desembarque, o nome do pai dele consta como Pietro Meneghello. A história da Dita foi ótima, até porque o motivo dela ser convidada a sair do enterro da nonna foram as piadas, certo? A barbicha era assim mesmo...bééééé´!

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