segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Arquimedes e Adriana Pessoni




Agora é a vez dos irmãos mais "novos" posarem para as câmeras da Foto Rio...


Teresinha Pessoni, em dose dupla!




Também a Teresinha passou pelo fotógrafo, um ano e primeira comunhão. Eita família religiosa!


Luis Aparecido Pessoni, em dois momentos

Lá vai o Luis com um aninho e em sua primeira comunhão...




Viva a Foto Rio e Foto Tokio!!!


Difícil localizar quem da família não tenha produzido uma foto nas Foto Rio e Foto Tókio, aqui em Rudge Ramos, ora posando de um aninho, ora de primeira comunhão. Segue sequencia de vítimas desses nipo-fotógrafos que eternizaram esses momentos. Era hábito das famílias fazerem muitas cópias e distribuirem como lembrança entre padrinhos e parentes mais chegados...

Olha a Isabel Pessoni aí...

Banda no casório




Pra não falar que só no tempos de nossos pais o quintal fora palco de festas de casamento, aqui duas fotos do casamento de Luiz e da Creuza (1978?) em que vemos os noivos e o pai dos noivos e na outra Benedito Piffardinie, Artêmio Meneghel e Nelson Ferreira dos Santos ajudando no churrasco. O must da festa foi o aparecimento repentino de alguns componentes da Banda Infanti Juvenil de Rudge Ramos com seus respectivos instrumentos tocando no quintal. Que mico!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Casamentos...


Como o quintal da rua da Represa era bem grande, quando rolava um casório, a festa sempre tinha lugar para acontecer. Contavam Angelo Pessoni e Maria Cristina que quando casaram, 1951, houve um almoço entre as famílias, com direito a porco assado e tudo mais. Olhem os dois pombinhos com roupas de noivo. Reza a lenda que, como o Angelim era menor que dona Maria, para a foto oficial ele subiu numa pilha de jornais e o vestido da noiva cobriu. Assim, ficaram do mesmo tamanho...

SE O QUINTAL FALASSE, PARTE 2


Isabel Pessoni, década de 1970...

Se esse quintal falasse


A Teresinha e o Nivaldo ainda eram solteiros, logo, a foto foi feita antes de 1969...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

PRIMEIRAS FOTOS

Esta foto de 1959 mostra a primeira viajem que fiz na vida e provavelmente uma das 2 o 3 primeiras fotos em que sai na vida também. O local é Piraju-SP cidade onde meu pai nasceu, fica próximo a Avaré, na foto as crianças devem ser primos nossos de lá, mais eu no centro da foto com o dedinho indicando onde fica meu pinto e meu irmão ao lado de olho nas meninas, desde essa época não deixava passar nada que usasse saia, ao lado dele um garoto tranquilo.
Ao fundo um cenário enigmático, uma série de retangulos obscuros. Grande mistério.
Postado por Vitorio.

FAMILIA VIAJANDO PRÁ TERRINHA.

É a primeira sequência de fotos que apareço na vida em 1959. Estou no colo de minha mãe, Paulina, na escada da igreja matriz de Piraju-SP. Certamente com 1 ano de vida. Ao lado meu pai José Borella e meu irmão Paulo segurando um lindo penacho que deve ter dado uma coceira do caramba depois.
Postado por Vitorio.

O CASAL

Foto de meus pais, José Borella e Paulina Meneghel Borella, logo após o casamento.
Elegancia e poses eram a tônica da época.
Sempre gostamos muito desta foto.
Postado por Vitorio.

O CASAMENTO

O casamento de Paulina e José aconteceu na igreja antiga do Rudge Ramos, ao fundo vemos um pedaço do prédio do Cine Boreal.

JOSÉ BORELLA

Esta foto de meu pai tem uma dedicatória assinada por ele datada de 19-2-1955, a dedicatória diz:
...tai fotrogafia com prova que muito lhe estimo Jose Borella(sic).
Ele se expressava muito mal, lia e escrevia precariamente, mas fez curso por correspondencia de eletronica e montagem de rádios e televisores, e chegou a desempenhar a profissão, era também pedreiro e mestre de obras, carpinteiro e marceneiro, fazia eletricidade residencial, era motorista profissional e topava qualquer desafio profissional sem medo e diga mos lá, sem muita responsábilidade. Esta é a foto oficial dele na época de seu casamento.

PAULINA MENEGHEL BORELLA

Uma coisa legal que havia era isso de fazer uma espécie de foto oficial da pessoa.
Eu sempre tive essa foto como a foto oficial de minha mãe.
As pessoas se arrumavam, faziam um pose bem composta e saiam todos com cara de artista de Hollywood. Dai faziam muitas cópias, escreviam dedicatória no verso e distribuíam entre amigos e parentes, pois todos tinham álbuns e colecionavam com grande respeito todas as imagens.

PAULINA E UMA AMIGA

Esta foto de minha mãe foi tirada na Vila América, na verdade no terreno que existia no fundo de nosso quintal que dava para o que um dia seria a Vila América formada pelas ruas Senador César Vergueiro e Alfeu Tavares. A data, estimo que seja o ano de 1955, a amiga não foi identificada.

Tudo vê, tudo sabe...


Naquela janela tá faltando ela e a saudade dela está doendo em mim...


Aqui está a Nonna Mariana, na janela da cozinha, que dava vista privilegiada ao quintal. Tá de olho naquilo que estamos postando no blog e feliz por ver a memória da família sendo, aos poucos, recuperada. Non è vero?

O quintal em dois ângulos




Para ver como o desenho do Vitório mostrando o quintal confere, mostramos nesta sequência duas imagens da casa da rua da Represa, uma de fora para dentro - com o Luis empinando uma pipa (no bom sentido, claro) e outra de dentro para fora, mostrando a casa do Antonio Pillon, conhecido pela máxima "Salada, salada, moleque não vale nada... pimenta, pimenta, moleque não aguenta". Não dá pra ver, mas na eira da casa havia as iniciais "AP", coisa chique naquela época. Daí surgiu o ditado "sem eira, nem beira"...

Poço e bacia...


Em mais uma imagem da época em que o guaraná era vendido com rolha e o leite Paulista vinha em garrafas de vidro, segue a Luiza e o Luis no mesmo jardim da tia Helena. Ao fundo, a bacia que ficava al lado do poço. Foto da década de 60...

O poço, vista diferente...


Na foto abaixo, tirada nos tempos do Grapette, podemos ver ao fundo o poço - já que o papo ainda é o poço. Em pé vemos a prima Luiza Santa Romano e a tia Helena Ester de Oliveira. Sentados, da esquerda para a direita, André Bernardo Romano, José Vitório Borella e José Paulo Borella. A foto foi feita em frente à casa da tia Helena, num gramadinho japonês muito legal e fácio de cortar com a tesourona do nonno (objeto que está lá no sítio de Itapetininga atualmente).

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O POÇO - O PERSONAGEM MAIS ANTIGO.


Supostamente o poço foi aberto antes de ser iniciada a construção da casa, porque não havendo água encanada era´preciso ter uma fonte para iniciar a obra.
Ele é largo, tem quase 1,50 metros de diâmetro e 15 metros de profundidade.
Tinha uma tampa engenhosa criada pelo nono para evitar que crianças abrissem e caíssem lá dentro.
Era o ponto de encontro de toda a vizinhança, quando faltava água era o socorro de todo mundo porque quando o DAE ligou a água o nono se recusou a fechar o poço conforme mandaram, e todos vinham buscar água para beber.
Sua água sempre foi de alta qualidade e não me lembro dele ter secado alguma vez, tinha uma mina muito forte.
É uma forte memória afetiva prá quem morou lá, porque em torno dele tudo aconteceia.
Ele continua lá, vivo e forte.
Errata: Onde se lê: Tama, leia-se Tampa do poço.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O CHAMADO


A imagem acima está na vanguarda do filme "O Chamado". Ao contrário de procurarmos por um espírito no fundo das águas, a foto mostra em perspectiva como era o poço que ainda existe na rua da Represa nº 229. Em época de falta d´água - coisa muito constante naquela rua - o poço abastecia diversas famílias além daquelas que moravam no quintal. De vez em quando o nonno resolvia secar o poço para limpar o fundo, tirar os baldes que eventualmente costumavam descer e não subir. Aí era uma operação de guerra, com ele descendo e subindo baldes e baldes de água e minha mãe, a nonna, minhas tias aproveitando a água para lavar roupa, o quintal, enfim, algo visto hoje como desperdício, mas necessário para manter a qualidade da água.


Mais tarde, em 1989, quando casei, a água do poço abastecia minha caixa d'água, numa ligação que foi feita com a ajuda de uma bomba de sucção. O fato deixava os vizinhos com dor-de-cotovelo, ao ver que tínhamos água até para lavar o minúsculo quintal e eles na pindaíba. Por vezes a família Pillon era beneficiada, uma vez que eu jogava a mangueira direto do poço pro quintal e a Rosa e o Zé Carlos abasteciam baldes e bacias de água geladinha e pura.


Essa foto, tirada por mim entre 85 e 89 me rendeu o terceiro lugar num concurso de fotografias na Trorion S/A e acabei ganhando um colchão de solteiro, onde sonhei muitas vezes com o fundo do poço...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

OBJETO DO NONNO - NÃO IDENTIFICADO



Não sei ao certo o quê é essa peça, e apenas uma parte de alguma outra coisa.
É feita em ferro tem 3 argolas, numa ponta um gancho chato e na outra uma ponta parecida com um anzol. Poderia ser parte de uma balança. Esta no mesmo estado em que sempre a vimos com uma leve ferrugem que não progrediu nos últimos 45 anos.
Mede uns 35 cms. Era parte das coisas do nonno Paulo.

OBJETOS DA NONNA - 2



Esta cestinha de palha ou ratã era usada pela nonna para guardar botões.
Ele tinha uma quantidade incrivel de botões antigos que devem ter sido tirados de roupas que ficavam velhas. Haviam desenhos e cores muito pouco convencionais. Alguns em formato de flores, trevos e rosetas. Havia também botões metálicos. Vários com furos frontais e alguns com furos ocultos na parte traseira. A cesta está intacta como era há 50 anos.

OBJETOS DA NONNA MARIANA



Esta pequena peça em louça pertenceu à nonna Mariana, era um recipiente para colocar água benta. Ele mede 14 cms x 6,5 cms.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O QUINTAL DA RUA DA REPRESA NO TEMPO DO Nº 45



Quintal é sempre uma forte lembrança na memória de qualquer um.
A impressão que fica é sempre de dimensões muito maiores. Hoje, comparando e localizando tudo, fica dificil acreditar que dava prá ter tantas coisas naquele espaço como está atualmente.
Por volta de 1963 o quintal tinha essa cara:
1. A casa da frente onde moravam o nonno e a nonna.
2. A Casa ondem moragam o tio Angelim, tia Maria, a Teresinha, o Luis e - acho - a Isabel.
3. A entrada era pelo portão estreito e de cada lado do corredor havia um canteiro com grama preta bem alta, que o nono aparava com uma tesoura doméstica.
4. O portão de treliça azul que não abria. O nono fez ele fixo, mas havia um sistema de encaixe que permitia tirar a peça inteira, coisa que nunca vi fazerem.
5. Havia um gramado de grama São Carlos que o tio Angelin cortava com um alfange.
6. O pé de uvaia, fruta rara até hoje.
7. A horta que era regada todos os dias pelo nono, quando faltava água de rua ele regava água no poço e regava com um regador enorme de chapa galvanizada. Ele plantava de tudo principalmente, rúcula, almeirão, radice, tomate, alface, cebolina e catalonia. Ele não plantava couve porque detestava couve. Os canteiros eram ladeados por estaquinhas onde o nonno trançava umas linhas na lateral e fazia uns xis por sobre os canteiros novos com barbante branco, segundo ele para espantar os passarinhos que achavam que aquilo era uma armadilha e não vinha comer as mudinhas.
8. O banheiro da frente, onde tinha o chuveiro quente.
9. Os tanques da nonna e da tia Maria
10. O barracão ainda de zinco do Tio Angelin com chão de terra e ligado ao do nonno.
11. O barracão do nonno, com chão de terra e um fogão de lenha onde a nonna fazia sabão num tacho.
12. O poço de 15 metros e um espécie de centro de tudo. Feito em tijolos enormes com corda de sisal e um balde fixo. Havia um gancho com 3 dentes numa cordinha para o caso de algum balde cair lá dentro. A tampa tinha um dispositivo de segurança para crinaças não abrirem e cair lá dentro. A tampa era de correm e as muretas eram de cimento queimado, o sarrilho era de madeira e bastante perigoso se você não soubesse lidar com ele. Todos os vizinhos vinham buscar água nele, até hoje ele existe e a água era de 1ª.
13. Atrás do poço. Este lugar era chamado de atrás do poço e não era ocupado por nada a não ser eventualmente alguma tranqueira, mas se tinha um topônimo é porque era importante na época. 14. O corredor atrás da casa. O melhor lugar do quintal para se brincar.
15. A casa da Tia Tereza e do Tio Luis, da Luiza e do André. Depois da inquilina dona Dona Gessi e seu Alfredo, com os filhos Carlinhos, Ruze e Rogério.Depois a casa do inquilino Gerair que tocava sanfona. Depois a casa da Elena e do Elias.
16. O galinheiro e depósito de garrafas de vinho vazias.
17. O quintal da tia Teresa depois o gramado de grama japonesa da Elena.
18. Os dois banheiros do fundo, um era o antigo banheiro do tio Toni.
19. Casa onde moravam eu, meu pai José, minha mãe Paulina e meu irmão Paulo e o único cachorro do quintal o Boby.
20. O barracão de meu pai com o teto de zinco todo furado e a bancada onde o tio Toni fazia os brinquedos de madeira. Mas tarde seria a casa do irmão do Elias, o Sr. José.
21. O pé de pêssegos junto à pilha de madeiras velhas e o barracãozinho pintado de branco dos inquilinos.
22. O quintalzinho intermediário que só tinha tranqueiras entre a nossa casa e a casa dos inquilinos do fundo.
23. Casa dos inquilinos do fundo, Dona Matile e seu José do FNM, depois da Nair do Seu Santo, com o Tico e a Lurdinha, depois da Dona Virginia, depois de uma senhora que saiu sem pagar o aluguel.
24. O banheiro do fundo que era sem o vaso só um buraco.
25. Um gloriso pé de mão solitário e
26. Um terreiro onde se plantava abóboras.
Depois irei evoluindo e mostrando as modificações ocorridas.
Postado por Vitorio.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Culinária da nonna.

Das coisas que a nona fazia na cozinha lembro de algumas coisas com perfeição:
1) A salada de feijão, que era feita com o feijão meio durinho e colocado numa travessinha de agata, coberto de óleo e temperado com sal e pimenta do reino.
2) O pastelão de carne moida perdeu-se a receita. Era uma massa fininha tipo massa de pizza, o recheio era disposto entre camadas de massa, na massa de cima ela pincelava ovos. O recheio era com molho de tomate e era comido frio.
3) O macarrão feito em casa ou na maquininha ou o talharim cortado na faca bem largo.
4) A porpeta, essa eu tenho a receita de memória e comemos frequentemente aqui em casa, já fiz numa festa e foi o maior sucesso. A minha é identica à dela, só que um pouquinho maior porque hoje se frita em panelas diferentes e mais rápidas que as que a nonna usava.

Já a crostinha da minha mãe - Paulina - é insuperável.
A massa adocicada e eventualmente ela recheia com goiabada.
Tem dois formatos, com massa chata e cortada em trapézios e as feitas em bolinhas. Uma mais gostosa que a outra porque em função da diferença de formato o gosto também muda. As bolinhas são mais sequinhas no miolo e as chatas formam bolhas enormes. Uma delicia.
Postado por Vitorio.

O RELÓGIO DE PAREDE


O relógio de parede neste momento ainda não funciona.
Ele esta quebrado por conta da mola que estourou.
Vamos procurar uma relojoeiro na Rua Barão de Itapetininga que - dizem - tem como conserta-lo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009



O Tio Toni mandava e desmandava na casa. Ninguém podia mexer nas coisas dele a não ser a nonna Mariana. Quando ele ia rezar o terço tinha que haver silêncio total; se o Palmeiras perdesse também; quando ele ia dormir então era hora de todo mundo fazer o mesmo. Se ele ia ao banheiro lá no fundo do quintal, chegava a abrir a porta sem calça pra reclamar se alguém estava gritando ou fazendo barulho perto da porta.

Mas tinha o hobby de fazer alguns brinquedos para nós. Dessa carretinha ele fez 3 peças e uma ele deu para mim; da espingarda sei de 2 peças e uma era de uso geral.

As rodas dos carrinhos eram de madeira que ele fazia absolutamente circulares, a espingarda era muito rústica com uma cano de água de 1/2 polegada preso ao cabo por dois fios de cobre. As ferramentas que usava eram as do nonno, que eram precárias e trabalhava numa bancada que era de meu pai, já também bastante detonada, mas com duas morsas de madeira muito boas.

Primeira padaria


Como já foi dito anteriormente, a rua da Represa era point no século passado porque abrigou a primeira padaria do bairro. Vejam coo não mudou muito...


Primeira padaria do bairro ( na esquina da atual rua da Represa com av. Dr. Rudge Ramos ) de propriedade de João Cavallieri, sentado na carroça.

Foto mais recente


Sei que o Vitório postou uma imagem de 1982, mas esta é um pouco mais recente, creio que de 1989, ano em que casei e também fui morar na casa que o nonno fez, na rua da Represa. Apesar de assentada à barro, tá firme e forte...

Irmão desastrado


Esse era o irmão da nonna Mariana, o Luiz. Conta-se que não dirigia nem bicicleta, com medo que tinha de morrer. Resolveu pegar carona num caminhão e sofreu um acidente, falecendo precocemente. Essas fotos pintadas são o máximo...

Irmãos da nonna




A nonna Mariana tinha como irmãos Manoel (conhecido como Manequinho), Luiz, Maria, Benta e Joaquim. Destes, apenas o tio Joaquim é vivo, morando coma tia Abgail (Bega), no jardim São Luiz, região de Santo Amaro. Neste scrapt poderão vê-lo com a esposa em dois momentos: 1951, à esquerda, como padrinhos de casamento de Angelo e Maria e em 2005, com os afilhados novamente, na casa deles.

E ela se foi...


Dezembro não é um mês legal pra família... e não é que a nonna resolveu nos deixar em 23/12/1987? Ela sofreu uns bons meses no quarto dela, recusando-se a amputar a perna em razão de diabetes. A dor era intensa e não havia muito o que fazer. A causa mortis dela, um anjo em nossa vida, foi insuficiência renal aguda, conforme o atestado de óbito ao lado.

A nonna nasceu!


Pois é, como toda panela tem sua tampa, a do nonno era a dona Maria Luisa da Silva, conhecida internacionamente lé no Rudge como Mariana. Sabe-se lá a razão. Mas a nonna Mariana nasceu Maria Luisa da Silva no Embu, em SP, no dia 17/01/1912. Na foto ela aparece com meus pais, Angelo e Maria Cristina (a filha mais velha dela).


A árvore genealógica dela foi bem legal montar, com o auxílio de dados da Cúria Metropolitana de São Paulo e do Arquivo Municipal. Não dá para montar em forma de organograma, mas vejam até onde vai a linhagem...


Maria Luisa da Silva era filha de Manoel Claro da Silva (*1874/+1952) com Maria Luiza de Moraes (*1876/+1932). O Manoel era filho de Camilo Antonio da Silva e Maria Rosa do Rosário (*1851/+1886). Como são muitos avós em muitas gerações, segue os casais que deram origem a esse povo: Bento José da Silva e Manolea Maria de Jesus; Luzia Vieira e (?); Custódio Rodrigues Fernandes e Custódia Maria; Feliz Rodrigues e Escolástica Fernandes Cardoso; Ignácio Gomes de Araújo e Joanna Rodrigues Leme; Domingos Rodrigues Leme e Antonia Dias Fonseca; Salvador Fernandes Cardoso e Maria Gomes de Godoy; Mércia Maria e João José da Silva; Bento Alberto e Maria Dias da Rocha; Antonio Nunes da Silva e Maria Domingues; Thomé Domingos Requeixo e Maria Marta Pereira; Joan requeixo e Madalena Fernandez; Mathias Pratas Nunes e Luzia Siqueira; João de Souza e Maria Nunes; Jose de Souza e Anna Maciel; Antonio Gomez e Anna Nunes.


A parte paterna da nonna era assim composta: A Maria Rosa do Rosário (*1851/+1886), mãe do Manoel Claro da Silva ((*1874/+1952), era filha de Felícia Maria do Rosário (*1814/+1909) e neta de Maria do Rosário (não há registro dos nomes dos maridos...). Já a Maria Luiza de Moraes (mãe da nonna, daí o nome dela...) tinha a seguinte linhagem: Ovídio Antonio de Moraes e Anna Luiza Camargo; Joaquim Antonio de MOraes, filho de Frabcisco Dias de Moraes e Ana Jacinta de Siqueira; Bento José Barbosa e Maria Antonia de Oliveira; Francisco Xavier da Cunha e Maria Joaquina de Oliveira; João Pereira Ribeiro e Josefa Pais; João Pereira Ribeiro (pai) e Joanna de Perus; Nicolau Pereira Ribeiro e Joanna Colassa; Diogo Dias Moreira e Faustina de Souza Maxada; Salvador de Oliveira e Josefa Pais (mãe); Francisco de Oliveira Pires e Maria Pais; Sebastião Dias Barreiros e Sebastiana Pais de Pontes (filha de Antonia Domingues Pontes); João Dias e Maria Barreyros; Paschoal Dias e Margarida Antunes; Melchior Barreiros e Anna Tenoria; Joaquim Antonio de Camargo e Anna Maria de Oliveira; João Dias e Gertrudes Maria; Ignácio Pereira e Brígida Maria da Silva; Joaquim Pereira da Cunha e Maria da Silva; Francisco Furtado e Isabel Ribeiro; João da Silva de Siqueira e Catharina da Silva; Joaquim Pereira de Almeira de Anna Pereira; Thomé Pereira e Rosa Garcia; Ignácio Pereira de Almeida e Eugênia de Jesus; Marcos Martins e Maria Pereira Infantes; Caetabo da Conceição e Maria da Conceição Fontes.

Tio Toni, o palestrino


Não me recordo do Tio Toni. Creio que quando ele morreu, eu tinha apenas 3 anos. Minha memória não tem registro da figura dele. A Teresinha lembrou de algumas passagens interessantes, como os surtos que tinha quando o Palmeiras perdia, as brigas constantes com o nonno, ocasiões em que pegava o colchão e dizia que iria se matar na Via Anchieta. Só não se sabe o por que levar o colchão se ele iria se matar. Também tinha seu ódio mortal por negros que, segundo algumas línguas maldosas, era porque ele tinha levado um pé no traseiro de uma morena... và bene, o que o pessoal não esquece, a Helena poderia testemunhar, é que seus hábitos de higiene não eram os mais republicanos: tinha uma latinha pra ficar escarrando e adorava arrastar os pés quando alguém encerava a casa. Ma che vécchio! Olha como ele era galã... o tempo é implacável!

Ele se foi...


O dia 29/12/1975 foi muito triste. O nonno passou desta para melhor. Eu era pequeno e senti o baque de forma intensa: além de ser chegado a ele, o velório foi lá em casa, com todo aquele ritual na sala onde a gente costumava morar... o cheiro de vela no ar, o povo rezando e o nonno lá deitado em plena véspera de acabar o ano. O ano acabou e ele também. Anos mais tarde acompanhei a exumação de seu cadáver, junto com seu irmão Antonio (o tio Toni, sobre quem o Vitório já escreveu) e a nonna Mariana. Do pó vieste, ao pó voltaste. Como - dizem - sou muito parecido fisicamente com ele, já vi como serei quando não for mais. Capice? E pra quem quer saber a causa mortis do meu herói, aí está o atestado de óbito: AVC e uremia.

Nascer, casar e morrer


Ao contrário de seus irmãos solteirões, o nonno passou para o time dos casados em 25/07/1931. A nonna, sobre quem falaremos mais tarde, carregou o marido e os malas dos cunhados o resto da vida. Que sina! Lavar e cozinhar para uma turma de italianos carcamanos que bebiam e brigavam por coisas banais. Contou ela que na noite de lua-de-mel quase não se mexeu no colchão de palha para não fazer barulho, uma vez que os cunhados dormiam no quarto ao lado e não tinha forro no teto... mesmo assim conseguiu 5 filhos, sendo que o primeiro, com o criativo nome de Primo, faleceu logo que nasceu. Olha a certidão de casamento de Paulo e Maria Luisa aí...

Divergências...


Lembra que eu escrevi que na certidão de nascimento de Paulo Meneghel ele teria nascido em 23/2? Pois bem, neste documento ele ficou um dia mais novo: 24/2/1900. Qual estaria certo? O sobrenome consta com aquele erro: Miguel e não Meneghel e, ao contrário do que disse no scrapt abaixo, ele não assinava só com o dedão: olha a rubrica dele aí.

Analfabeto, mas sábio


O nonno Paulo não sabia escrever. Sua assinatura era o polegar direito. Mas, apesar de analfabeto, era sábio em várias coisas. Sempre vou lembrar dele sentado no banco em frente à porta de entrada da casa, com chinelão de plástico. Eu sentava no pé dele e ele cantava as músicas italianas... Olha a identidade dele aí...

Miguel ou Meneghel?




O nonno Paulo nasceu no dia 23 de fevereiro de 1900, segundo o documento acima, "às 8h, numa caza do Bairro dos Meninos". Por alguma orelhada do cartório, colocaram "Miguel" no lugar de "Meneghel", o que gerou uma averbação posterior para acertar o sobrenome de grife do nonno. Mais uma vez, nada de comune de origem dos pais e avós, apenas "naturais da Itália"...

Marco, il naso




O Marco Meneghel era irmão do nonno Paulo. Nesta foto poderão vê-lo (à direita) com seu irmão Luis - ou Luigi - como era tratado na família. Dizem que quando Deus distribuiu nariz, o rapaz passou na fila várias vezes e deu no que deu: uma vez, depois de umas grappas a mais e muito religioso, resolveu beijar a estátua do Cristo crucificado. Seu pequeno naso esbarrou no espinho de Cristo e quase teve uma hemorragia...




Lado bom: conforme a certidão de óbito do tio Marco, ele seria natural de "Udinevise, Itália". Luz no fim do túnel? Que nada, tal local não existe. No máximo o Estado de Údine, mas nada a ver com Vêneto...

Pietro: coração ou meningite?


O patriarca da família, Pietro Meneghel, se foi em 1916. Como ninguém sabia sua origem, a certidão de óbito cravou "italiano" apenas, como milhares de outros oriundi que aqui tentaram a vez na Terra Nostra. Segundo o documento acima, o coração foi o culpado de sua passagem, mas reza a lenda que ele sumiu por alguns dias e foi encontrado enroscado em uma árvore às margens do córrego dos Meninos. Parece que havia contraído meningite e quem ajudou a localizar o corpo foram os urubus, sinalizando que tinha defunto por ali... será? Aparentemente foi enterrado na Vila Mariana, no túmulo da família Poletto e, posteriormente, junto com a esposa Cristina Polleto, remanejado para o cemitério Santa Paula, na rua Piauí, em São Caetano. Por azar, a documentação da inhumação se foi num incêndio em 1940. Logo, di dove è Pietro?

Vêneto, sim, mas de onde????







Como Meneghel é um sobrenome comum na Itália, a Xuxa que o diga, já tentamos por diversas vezes tentar descobrir de qual comune teria vindo Pietro. Primeiro para fins de cidadania, depois mera curiosidade. Mesmo indo direto à fonte, a Prefeitura de Treviso, nada descobrimos. Apenas mais sugestões de onde procurar...