A casa da rua da Represa era uma domicílio típico italiano que, numa releitura atual, quase um cortiço. Na verdade, não era como os cortiços de São Paulo, onde trocentas famílias dividem quartos apertados e a baixaria e imundície rola. Era uma bagunça organizada. O cenário que traço é do início dos anos 70, uma vez que, nascido em 1966, não tenho como precisar qual espaço era de quem antes disso. Mas em 1975, quando o nonno faleceu, ele e a nonna ocupa~vam a casa principal, de frente com a rua. Na casa anexa era minha família. Depois, passamos pelo famoso poço e, ao lado, tinha a casa da tia Helena; na sequência, da tia Pauline e, no fundão, uma pequena casa alugada.
O nó da qesutão era que havia apenas um banheiro com chuveiro elétrico e aí, além das condições de higienes não serem muito repúblicadas - papel higiênico Primavera era o máximo, comparado aos pedaços de jornal disponíveis nos outtros banheiros - tinha o esquema de tráfego intenso nos horários de pico: todo mundo queria tomar banho entre 17h e 19h, seja porque chegavam do serviço ou porque iriam pra escola...
Ainda bem que tinha o tanque de lavar roupa da nonna que fazia as vezes de lavabo pra escovar dente...o must. Isso quando o nonno não passava com o penicão de esmalte branco e desaguava por ali, acompanhado de um "buon giorno!".
Mais pra frente, creio que em 1977, como havia falta de água constante na casa por ser um local alto, foi instalada uma caixa d´água ao lado do tanque. Aí puxávamos água do poço e enchíamos a caixa d´água pra usar no tanque e nos banheiros.
Certa vez, acredito que essa foto deve ter sido ou do ebento ou próximo dele, resolveu-se fazer uma guerra de água (na foto vemos a Luiza, a Creuza e a Isabel). Nem sei a razão do início da guerra, mas estavam envolvidos or primos todos, a Creuza e sobrou água até pra minha mãe. Num ímpeto de romantismo e pura sacanagem, o Luis pegou a Creuza no colo e, de roupa e tudo, a enfiou na caixa d´água. Quase uma catarse...o ponto negativo foi que o Vitório saiu correndo pelo corredor atrás da casa, local úmido e de chão verde de tanto musgo e deu um acrobático escorreção, caindo de bunda no chão e se esfolando todo nos braços... pois é, marcas do que se foi.
Não esquecer que nosso grande objetivo era molhar o Nivaldo, mas a Terezinha que nunca foi boba tramou muito contra a gente prá ele não ser molhado. A dupla era muito esperta e acho que ele levou apenas um balde de água e tanto quanto eu sei a Terezinha nenhum, uma pena, mas nunca devemos perder as esperanças.
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