sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Eu sou ele amanhã?




Dizem que sou muito parecido com meu nonno Paulo Meneghel: altura, formato do rosto, mecha de cabelo loiro...ecco...isso me incomodou positivamente por muito tempo. Pena que não herdei os olhos azuis. Lembro que no velório dele fiquei apertando o dedão do pé do nonno no caixão para sentir a pele gelada - coisa de criança. Quando adulto, fiz questão de ir à exumação do cadáver para colocá-lo no ossário só pra saber como eu ficaria daqui uns anos: já que sou parecido, o esqueleto deve ser igual...




Aliás,não perdi nenhuma exumação da família e não me arrependo. Mostra que a história não termina aqui e que o invólucro da alma apodrece, mas somos eternos...




Acima duas fotos para ver de somos parecidos mesmo. Uma do nonno com a Adriana e a Léo e outra minha com a família produzida em estúdio...pareço ou não?

No meio do caminho havia um gramado...







Em frente a casa onde morava a tia Helena havia um gramado muito legalzinho. Falavam que era uma tal de grama japonesa, diferente daquelas em que a gente sentava e espetava o traseiro. Era macia, não crescia muito e jóinha de brincar. Era o must do quintal, espaço preferido para fotos e mais fotos. Olhem algumas aí: Arquimedes deitadão, Arquimedes e Isabel comportadinhos e os bad-boys Paulo & Vitório, inspiradores da dupla Tíbio e Perônio.

E olha que, pelos lençóis, as fotos foram tiradas no mesmo dia...

E a gente nascia em casa...


A casa da rua da Represa foi palco de muitos partos e muitas partidas. Era comum naquela época a figura da parteira. Dos 5 filhos que minha mãe, Maria Cristina Meneghel Pessoni, teve - apenas a última (Adriana), nasceu em hospital. Mas até que nasciam com saúde... olhem eu (Arquimedes) todo pimpão aí. Tinha até uma mulher - que morava numa casa ao lado do antigo Correio - que a gente chamava de Cegonha... adivinhem o por quê.


Partidas porque nos tempos antigos os velórios eram em casa mesmo. Um saco, muito falatório, café, chão riscado, cheiro de vela e, quando voltávamos do enterro a sensação ruim de falta. Mas é a vida. Uns chegam, outros saem...