È certo que a produção e o comércio de carvão tem um peso histórico em nossa família.
Fornos como este acima da foto são comuns na região da Serra do Mar desde Evangelista de Souza no extremo sul do Município de São Paulo até Itapecerica da Serra, passando por Embu-Guaçu. É que quando foi contruida a ligação ferroviária da Sorocabana de Mailasc até o litoral ( aquela linha de trem que você avista quando passa pela Rodovia dos Imigrantes ), e que hoje tem uma atividade frenética, com uma composição de 70 a 90 vagões e 6 máquinas a cada 5 minutos, para nossa mais completa loucura, pois é como se a cidade tivesse um murro de ferro cortando ela ao meio ( no caso falo de Embu-Guaçu ), sem contar o número elevado de acidentes graves entre atropelamento de carros, gente e descarrilamentos. Mas quando foi enfim aberta a ferrovia ouve um desmatamento de dois quilometros de cala lado e toda esta lenha era usada para fazer carvão, e este carvão foi muito útil nos fornos da Cerâmica São Caetano, pra mover a própria ferrovia Sorocabana e pra mover os carros a gasogênio durante a escassez de combustível causado pela Segunda Guerra Mundial. Esse carvão saiu daqui desta região e centenas de fornos estão escondidos dentro do mato, alguns intactos até hoje, perto de um século depois de terem sido usados. O pai da nona lidava com carvão porque o nono ia buscar carvão na propriedade dele e lá conheceu a nona. Isso deve ter acontecido em Itapecerica e depois de casados eles moraram no Bairro do Cipó-Guaçu onde a Tia Maria nasceu. Hoje moro a poucos metros do Bairro do Cipó que alias tem este nome porque tem um riozinho lá que pra ser atravessado era preciso usar um cipó e arriscar um tombo pra chegar na cidade de Embu-Guaçu.
Carvão tem tudo a ver com a gente, nossa história é fortemente ligada a ele e a esta região que outrora foi forte produtora.
Uma ultima nota: a mata se regenerou e hoje praticamente engole a estrada de ferro e cresce a cada dia mais, temos uma paisagem de um verde exuberante por aqui.
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